Habeas Pace – Parte III (Final)

O acontecimento do micro objeto não-identificado me fez pensar. Engraçado como a paz é construída e nós simplesmente aceitamos e absorvemos essa construção. Em boa parte das vezes (não seria tolo em dizer todas) que a paz é representada em meios artísticos, seja um texto, música, quadro, filme, os problemas não a acompanham. As situações quotidianas que nos embrabecem ou nos fazem rir de nós mesmos não estão lá. É criada uma imagem ficcional, uma falsa representação de paz com a ausência de problemas. A paz carece de problemas.

Sempre nos deparamos com aquela bela cena de uma pessoa sorrindo um sorriso leve num dia ensolarado ou numa noite clara de lua cheia, o vento soprando calmamente, o som apenas dos pássaros ou das folhas de árvores balançando ou o silêncio “absoluto”. Temos essa representação de uma pessoa em acordo consigo mesma e com o mundo, e o mundo concordando com ela. Continuar lendo